Tite, Muricy Ramalho e Felipão são os favoritos para assumir o cargo.
Mano Menezes foi demitido pela CBF e não é mais técnico da seleção brasileira. A
decisão foi anunciada nesta sexta-feira após reunião na Federação
Paulista de Futebol (FPF), em São Paulo, entre o presidente da CBF, José
Maria Marin, o vice Marco Polo del Nero, e o diretor de Seleções,
Andrés Sanches. A entidade confirmou a informação em seu site, às
16h06m, e comunicou que toda a comissão técnica foi afastada. O novo
comandante será apresentado apenas no início de janeiro:Tite (Corinthians), Muricy Ramalho (Santos) e Luiz Felipe Scolari (ex-Palmeiras) estão cotados.
Mano foi comunicado da decisão por Andrés logo após a reunião. O
treinador está em São Paulo e não vai se pronunciar sobre a demissão no
momento. O técnico foi contratado em julho de 2010 pelo ex-presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, como substituto de Dunga.
No comunicado oficial desta sexta, a CBF informou que o técnico da
Seleção sub-20, Emerson Ávila, continua no cargo, enquanto Márcio
Oliveira assume o comando da equipe feminina.
Pouco depois, em entrevista coletiva, Adrés disse que, apesar de ter
sido contra a demissão de Mano, irá permanecer no cargo de diretor de
Seleções.
No comando da Seleção principal em 33 partidas, Mano conseguiu 21
vitórias, seis empates e seis derrotas desde que estreou no dia 10 de
agosto de 2010. O treinador deixa o cargo apenas com as taças do
Superclássico das Américas de 2011 e de 2012, fracassos na Copa América e
nas Olimpíadas e queda histórica no ranking mensal da Fifa.
Após muitas críticas por ter perdido títulos importantes e por não ter
formado uma base para a Copa das Confederações de 2013 e,
principalmente, a Copa do Mundo de 2014, o técnico vinha de elogios por
três boas atuações contra Iraque (6 a 0), Japão (4 a 0) e Colômbia (1 a
1), mas não resistiu mesmo com a conquista do segundo Superclássico na
última quarta.
Os momentos de Mano na Seleção: fracasso na Copa América e em Londres (Fotos: Editoria de Arte)
No total, Mano convocou 102 jogadores diferentes depois que substituiu
Dunga. O principal nome desta fase foi Neymar, que ficou fora do Mundial
da África do Sul, estreou junto com Mano e terminou a era Mano como
artilheiro da Seleção: 17 gols em 27 jogos. Por outro lado, Paulo
Henrique Ganso, que também iniciou sua carreira com a amarelinha com
grande atuação no 2 a 0 sobre os Estados Unidos em 10 de agosto de 2010,
perdeu espaço e estava fora dos planos do treinador recentemente.
Poucos jogadores da Copa de 2010 continuaram no grupo. O zagueiro
Thiago Silva, o meia Kaká, o lateral-direito Daniel Alves e o volante
Ramires foram os remanescentes para o período de renovação promovido por
Mano de olho no Mundial no Brasil. Além de Neymar, a Seleção passou a
contar com nomes como Oscar, Lucas, Leandro Damião, David Luiz, Paulinho
e Hulk frequentemente na lista de convocados do treinador.
O primeiro grande teste de Mano foi a Copa América do ano passado, na
Argentina. Sem apresentar grandes atuações, a Seleção acabou eliminada
nos pênaltis pelo Paraguai nas quartas de final, com cobranças erradas
de Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred.
Mesmo com o fracasso, o técnico foi mantido pela CBF e sobreviveu
também à mudança na presidência da entidade: saiu Ricardo Teixeira,
entrou José Maria Marin em março de 2012. Pressionado, o técnico viajou
para Londres neste ano em busca do ouro inédito. O time chegou à final,
mas voltou para casa sem a sonhada medalha: derrota de 2 a 1 para o
México na decisão em Wembley.
O fraco desempenho nos duelos com seleções tradicionais pesou contra
Mano. Foram cinco derrotas, dois empates e duas vitórias (ambas no
Superclássico das Américas contra a Argentina, quando as equipes só
podiam contar com jogadores que atuassem nos dois países): Brasil 0 x 1
Argentina (2010); Brasil 0 x 1 França, Brasil 0 x 0 Holanda, Brasil 2 x 3
Alemanha, Brasil 0 x 0 Argentina e Brasil 2 x 0 Argentina (2011);
Brasil 3 x 4 Argentina, Brasil 2 x 1 Argentina e Brasil 1 x 2 Argentina
(2012).
Sob o comando do técnico, o Brasil caiu para sua pior posição na
história do ranking da Fifa: 14º lugar em outubro. Atualmente, o time
pentacampeão mundial está em 13º. Apenas em cinco oportunidades, a
Seleção ficou fora do “top 10”. Em todas, sob o comando de Mano em 2012:
11º em julho; 13º em agosto; 12º em setembro; 14º em outubro; e 13º em
novembro.
Além de artilheiro, Neymar também foi o jogador que mais atuou sob o
comando de Mano. O craque do Santos entrou em campo em 27 oportunidades,
contra 25 do capitão Thiago Silva. O segundo goleador é Alexandre Pato,
que balançou a rede oito vezes.
A maior decepção da era Mano foi Ganso. Agora no São Paulo, o meia
sofreu com contusões no Santos e demorou a recuperar espaço na Seleção.
Após a boa estreia, não aproveitou as oportunidades que recebeu, mal
apareceu nas Olimpíadas e foi desbancado por Oscar, que cresceu de
produção e passou a ser destaque também no Chelsea.
Entre os veteranos, a primeira grande aposta do treinador foi
Ronaldinho Gaúcho, que voltou a ser chamado após algumas boas exibições
no Flamengo em 2011. Porém, o atual ídolo do Atlético-MG também não caiu
nas graças do técnico e foi esquecido nas últimas listas. Por outro
lado, Kaká acabou ganhando as primeiras chances neste ano e passou a ser
nome forte para a Copa das Confederações.
A demissão do treinador foi anunciada por Marin nesta sexta, dois dias
após a conquista do Superclássico das Américas. No jogo de ida, em
Goiânia, no dia 20 de setembro, a Seleção venceu a Argentina por 2 a 1
em partida marcada por vaias da torcida contra Mano e pedidos por Luiz
Felipe Scolari. A volta seria em outubro na cidade argentina de
Resistencia, mas o confronto foi adiado por causa de um apagão no
estádio quando as equipes já estavam em campo.
Apesar de a CBF ter manifestado o desejo de ver a Seleção declarada
bicampeã do Superclássico, a Conmebol remarcou a final do torneio para a
última quarta, na Bombonera. O Brasil perdeu por 2 a 1 no tempo normal e
conseguiu o bi do torneio com 4 a 3 nos pênaltis.
Fonte: Site da Globo.com
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2012/11/mano-nao-e-mais-tecnico-da-selecao.html
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